São baixos
Os mecanismos que geram terremotos de baixa frequência (LFEs) têm sido uma das questões mais fundamentais e intrigantes da ciência sísmica na última década. Os LFEs diferem dos terremotos normais por seu esgotamento de altas frequências e por sua longa duração. LFEs ocorrem em regiões de fluidos sobrepressurizados no limite inferior da zona sismogênica. Normalmente, os LFEs têm sido associados a eventos de deslizamento lento no megaimpulso, um sinal de liberação de energia sísmica armazenada que, em alguns casos, precedeu grandes terremotos.
Fliedner e French [2023] testam uma hipótese alternativa de que os LFEs são simplesmente terremotos de velocidade regular atenuados. Os autores conduziram uma série de experimentos para medir a atenuação dependente da frequência de amostras de rochas metamórficas folheadas (uma litologia encontrada ao longo do limite da placa de subducção) sob condições secas e saturadas de água. Ao extrapolar os resultados para condições geológicas de pressão e temperatura, eles mostram que a presença de fluidos atenua as ondas sísmicas de LFEs próximas à fonte. Portanto, os LFEs não registram necessariamente o deslizamento lento da falha.
Esses resultados têm implicações importantes para entender a origem dos LFEs e destacam o importante papel do fluido na ocorrência e comportamento desses tipos de terremotos. No entanto, é provável que a atenuação da pressão do fluido ocorra simultaneamente com os processos dinâmicos de falha, sugerindo que ambos os mecanismos estão envolvidos na geração de LFEs. Novas observações geodésicas e sismológicas ajudarão a esclarecer a relação entre deslizamento lento e LFEs.
Citação: Fliedner, C., & French, ME (2023). Medições de atenuação induzida por ondas em metapelito saturado e limitação de banda de terremotos de baixa frequência. AGU Advances, 4, e2022AV000837. https://doi.org/10.1029/2022AV000837
—Marcos Moreno, Editor, AGU Advances
Texto © 2023. Os autores. CC BY-NC-ND 3.0